Sei que a mudança do chamado "layout" não foi grande, mas foi uma tentativa. Um esboço da minha reformulação, produto das minhas idas e vindas por outras culturas, novo emprego, novo coração, novos sonhos. Saiu Drummond, entrou Saleh. A crítica a dita adormecida deixou de ser velada - é explícita. Produto de crescimento? Talvez. Fica, porém a vontade-alma da infância recém abandonada. A saudades, eterna saudades de um passado de menina.
No mais, deixo uma nova tentativa, a ser, como sempre, posteriormente (ela também) reformulada.
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A prosa da menina
Certo dia, ouvi uma menina a dizer
que queria os sonhos dos tolos
dos moços, dos travessos e daqueles a viver
Que queria ouvir as trepadeiras
e sentar no balanço de vigas expostas
Que queria brincar de esconder
e fugir dos padres e hóstias
Que queria ser arredia,
viúva, mulher e bacante
Não em ordem, repetia
Que queria viver de rosas
e não mais desejar um jardim
Que queria se banhar em ouro
e escrever em si mesma de nanquim
Ah. como queria, ela dizia
E, ao passo do discurso, sem perder de vista o fim
ela insistia em seu querer
Que queria ser querida
sem querer nem mesmo a mim