terça-feira, 8 de abril de 2008

quem roubou meu fígado?

Ainda fugindo da minha persona como poeta, investigo outros estilos. Uma anti-auto-ajuda. Por isso...quem roubou meu (queijo, guaradanapo, taco de sinuca, gato) ... analogia fraca, mas intencional!







Partes de um não corpo



Uma mão que não é minha.

Um pé que anda sem minha perna.

Um coração que não mais bate.

Um outro corpo sobre o meu.

Uma imagem que não reflete.

Um dedo que não aponta.

Um olho que não vigia.

O outro que não espia.

Uma boca que não murmura.

Umbigo que não respira.

Um pulmão que não infla.

Uma orelha que não escuta.



Mas a voz, essa voz, ainda pálida, deixou de ser muda.