segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Todo dia ela faz tudo sempre igual, ...


Fim na metrópole

As cordas vocais metálicas
A respiração ofegante
Que não faz fotossíntese
Afônicas, as risadas ainda estáticas
O sobressalto!
Novas ordens no alto-falante
Apoiado nas gigantes construções fálicas
Os cheiros e odores
Misturados à ausência pulmonar
Correm barrigas e umbigos
Apressados na esperança de cedo chegar

Cabe o desejo de falar com aquele?
-Pode não!, responde mais um
Excluído condutor
-Tens vontade de passar adiante?
- Porquê?, pergunta irritado
Alguém preso no instante.

Sobre a fome de cores,
Se reúnem todos no cinza
O sexo ardil; janela fechada
É melhor evitar o olhar voyeurista

Na manhã mais uma seqüência
Passos apressados e a mesma turbulência
Um revólver na mão da senhora
Um beijo não dado, o adeus
O gosto de jaca dura no fim da tarde
E a lembrança de correr lá fora.
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Posto uma tentativa diferente; algo fora da temática introspectiva-jovem mulher - angústia. Embora, dou uma pequena dica "autoral", continue presente a figura do feminino. Ora como metrópole, ora como senhora, sempre como assassina.
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