sexta-feira, 22 de junho de 2007

Caminho no deserto



Em configuração constante. Tento compreender o elo umbilical, mas sempre chego ao impasse da culpa. Culpa burguesa, culpa de ter, culpa de amar, culpa de me deixar amar, culpa de fugir, culpa de tentar exercer minha dita autonomia, culpa de errar, culpa também de acertar, culpa culpa culpa. Deve ser essa herança de povo do deserto...preciso de constante mobilidade...levo apenas aqueles laços que consigo carregar no lombo do camelo.









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Culpa esta completamente improdutiva. Afinal, assim não há probabilidade de fracassar, mesmo sendo um fracasso disfarçado de pessoa completa - que não apreende o próprio fracasso e sai, por aí, ofertando pílulas de risos na tentativa de não ser vista. Ao mesmo tempo, brinco de "diário virtual" e finjo que aqui ninguém me conhece.



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Lavo minhas mãos. Sou responsável por tudo, mas não hei de assumir "no discurso oral" minha participação. Logo, lavo minhas mãos.


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Pra variar. Ainda é poema. E também é canção.


ANA NA CACIMBA
(domínio público, baião de princesas da Casa Fanti-Ashanti). Na voz e nas mãos do Axial.

Ana mora na cacimba
Na cacimba, eh
Ana mora na beira do rio
Na cacimba, eh
Música incidental: Tamandaré, Cacimba Nova (melodia de catimbó da Paraíba, anotada por Mário de Andrade)
Tamandaré, cacimba noca
As água toda remói