quinta-feira, 3 de abril de 2008

Fingimentos

Como dizia Fernando Pessoa, o poeta é um fingidor. Aqui fica uma tentativa de fingimento como homem colonialista.




Poeminha para Mia Couto


Te perdestes na relva, gaja?
Ainda sabes do teu rumo?
Bota teu coração em caixa
Vem que eu o pego e aprumo

Vendestes a alma gaja?
Ou perdestes a língua?
Tira teu seio da faixa,
Vem que te beijo à finda

Morrestes de dor, gaja?
Ou partistes em doença?
Não vem que não te quero mais.
Marcada por essas balas, por outros violada
Andas agora coxa.
Prefiro restar-me apenas com a tua imagem em crença