terça-feira, 26 de maio de 2009

De volta

Uma brincadeira; verso ainda em trabalho. Me atrapalhei muito com o ritmo, mas, por enquanto, é o que é.

Hora das meninas

Calma, pedia Alice

Ana nada respeitava:

- cabe aos deuses a resposta?

na verdade, hora morta,

respondia Alice em prosa

Um dois três

o relógio anunciou

a paródia terminou:

Alice matou Ana

e aos céus não mais voltou

terça-feira, 14 de abril de 2009

Hora de mudança

Sei que a mudança do chamado "layout" não foi grande, mas foi uma tentativa. Um esboço da minha reformulação, produto das minhas idas e vindas por outras culturas, novo emprego, novo coração, novos sonhos. Saiu Drummond, entrou Saleh. A crítica a dita adormecida deixou de ser velada - é explícita. Produto de crescimento? Talvez. Fica, porém a vontade-alma da infância recém abandonada. A saudades, eterna saudades de um passado de menina. 

No mais, deixo uma nova tentativa, a ser, como sempre, posteriormente (ela também) reformulada. 


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A prosa da menina

Certo dia, ouvi uma menina a dizer 
que queria os sonhos dos tolos
dos moços, dos travessos e daqueles a viver 

Que queria ouvir as trepadeiras 
e sentar no balanço de vigas expostas
Que queria brincar de esconder
e fugir dos padres e hóstias 

Que queria ser arredia,
viúva, mulher e bacante
Não em ordem, repetia

Que queria viver de rosas
e não mais desejar um jardim
Que queria se banhar em ouro
e escrever em si mesma de nanquim

Ah. como queria, ela dizia

E, ao passo do discurso, sem perder de vista o fim
ela insistia em seu querer
Que queria ser querida
sem querer nem mesmo a mim

domingo, 5 de abril de 2009

"Recém-recente"


No jardim


Rosa louca
beija a boca
da margarida
esta espirra: "ferrou"
o pólen da violeta secou
acabaram os frutos, ela suspira
"rosa ama margarida"

segunda-feira, 30 de março de 2009

investigando uma nova poética

Faz tempo que não escrevo algo produtivo, mas fica aí uma tentativa de brincar com imagens. O ritmo necessita ser ajustado... tarefa para a próxima encarnação! A preguiça anda forte. Alguém se habilita?

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No passado

Aqui já coube
a louça quebrada,
a boneca de pano,
o disco riscado e seu CD do Jobim.

Aqui já esteve
a boneca de louça,
a cristaleira
os pinduricalhos
e o anão de jardim.

Aqui já viveu
a menina-boneca
os pratos de casa
sua música
e sim, um pedaço de mim.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Saravá - novos estilos, 2009 chegou. Depressão e futuro adeus.


Voodoo


Tem um encosto
o estofado-tá puído
e ela, 
perdeu. Consolo?
Disque-macumba,
aparece Exú, 
falta Oxalá. 
Tem vermelho,
falta azul. 
As almofadas, agora todas duras
e surradas
Vida sôfrega,
menina dança,
dançou na vida.
Pegou o telefone,
ligou.
Atendeu a mãe
que não é de sangue
é de santo
Boa sorte
Firmou. 
Pôs os pés no sofá
e se acalentou.



quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

para perto


E no meio do rio, fez-se um peixe. E no meio do peixe, surgiu um homem. Não era boto, nem manati. Mas, trazia consigo todas as lendas do mundo. Lendas que encantaram a menina loura e a levaram novamente ao encanto do sonho. 


obrigada.