terça-feira, 8 de abril de 2008

quem roubou meu fígado?

Ainda fugindo da minha persona como poeta, investigo outros estilos. Uma anti-auto-ajuda. Por isso...quem roubou meu (queijo, guaradanapo, taco de sinuca, gato) ... analogia fraca, mas intencional!







Partes de um não corpo



Uma mão que não é minha.

Um pé que anda sem minha perna.

Um coração que não mais bate.

Um outro corpo sobre o meu.

Uma imagem que não reflete.

Um dedo que não aponta.

Um olho que não vigia.

O outro que não espia.

Uma boca que não murmura.

Umbigo que não respira.

Um pulmão que não infla.

Uma orelha que não escuta.



Mas a voz, essa voz, ainda pálida, deixou de ser muda.

4 bocejos:

Rafeiro Perfumado disse...

Acho que foi numa prosa como esta que o Dr. Frankenstein se inspirou... ;)

Oliver Pickwick disse...

A voz contra-ataca. A retomada da posse dos espaços perdidos é só uma questão de tempo.
Ritmo afinado, poesia invulgar.
Um beijo!

Oliver Pickwick disse...

Fui a procura de alguma notícia acerca de Ghana, mas disseram que não estava lá.
Um beijo!

Ficas disse...

acho que hoje meu fígado quer me roubar.
gostei muito do texto das mil e uma noites.
sem falar do blog de ghana, e da poesia. que me lembra alguém que ainda vou te dizer.
:)