Parte 2 de algumas...
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E lá estava ele, com aquela cara de saco-cheio me olhando e olhando Elisa que, como sempre, com aquele ar de nem aí e eu aqui pensando nas mil possibilidades do porquê da presença Dele.
Ela, com o vestidinho amassado na barra, finalmente tirou o bule de vidro da base e verteu o café fumegante em dois copos daqueles de padaria. Solícita, embora emburrada, sentou-se no meu colo, com o copo na mão e o convite para uma trepadinha matinal.
- Elisa. Pára com isso...vamos conversar.
Sempre adorei a sonoridade do nome Elisa e jamais lhe dei um apelido. Minha cabeça estava a mil, enquanto ela, ignorando minhas recusas, mordiscava minha orelha e colocava sua mão pequenina bem na divisão das minhas coxas.
- Elisa. Sério. Temos que conversar sobre o desgraçado ali.
Apontei para o batente da porta onde estava Ele e sua calça jeans rasgadinha que imitava algum rock star decadente da década de 90.
- Pára, gato. Esquece ele. Num adianta não. Ele fica aí o tempo todo, olhando. Deve ser curiosidade.
O tom jocoso com que Elisa lidava com a situação poderia ter me deixado tranqüilo, mas faziam meses que esse sujeito aparecia e minha disposição já não era mais a mesma.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
parte dois do conto sem título
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Conto em algumas partes - parte 1
Um conto meu....que publicarei em partes....ainda não há título.
Carece de revisão, mas era preciso exorcizá-lo da minha cabeçota...nada melhor que postá-lo por aqui...além de sair do meu imaginário, ele ganha seu lugar no mundo virtual. E, se der certo, o conto ficará bravíssimo comigo. Afinal, o coloquei ao crivo coletivo, sem revisão....escrevendo-o assim "de jorro".
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Lá estava. Toda linda, cabelos longos amarrados em coque, preso com um lápis sem ponta. De pé, cansada, esboçou dois ou três gemidinhos de cansaço e roçou o pé esquerdo na canela direita. Esperava que a cafeteira anunciasse o começo de mais uma manhã. Com o vestidinho da noite anterior, desses de malha (coisas de mulher) ela exibia as curvas mais deliciosas e convidativas que já passaram pelo meu apê. Mas, de alguma maneira, lá estava Ele. Com aquela calça jeans rasgada e a camisa manchada de sangue. Os mesmos olhos fundos que olhavam para ela e olhavam para mim. A mesma reprovação.
- Puta que o pariu Elisa! Que porra é esse cara de novo por aqui?
Sem me dar atenção, aguardando as primeiras gotas de café, respondeu com aquele sotaquinho marrento de carioca-que-nem-só-ela:
- Ah Zé. Deixa ele. Faz nada não...depois tu te acostuma.
Sem esconder meu descontentamento bufei uma, duas ou três vezes, não me lembro. Olhei pra ela e nada de Elisa interagir. "Antes das 9 horas eu não funciono", ela repetia incessantemente todas as manhãs quando eu queria conversar.
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