terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Homenagem a uma portenha-curitibana-paulista na terra das compras

Recebi um comentário. Lágrimas foram inevitáveis. A vontade do estar junto; da proximidade física - já que aquela simbólica....ah, esta não precisa de vontade...ela existe e pronto. O desejo do abraço e do carinho mais puro, fraternal...de ficar com os pés para cima em Toque Toque cantando devaneios sobre ratos, pererecas, elefantes e mosquitos. De decorar sinopses de filmes e gargalhar repetindo Polly e Steven. Vontade de usar novamente os codinomes Brooke e Sam. Vontade de rever enlatados americanos 10, 20, 30 vezes e chorar cada vez que a Felicity cortou o cabelo. Vontade de telefone. Vontade de rabiscar as agendas, de colar decalques, adesivos e recortes de revista. Vontade de bater perna com lenço na cabeça (ah...meu fascínio pelo oriente). Vontade de sorrir assim sem porquê. De olhar e entender. Da visão muda e completa em toda sua complexidade. Da cidra "ceresé" em Ubatuba. Do nescafé. Do escotismo de um terceiro ser. Das piadas de abdução. Das chansons pornographiques. De contar tudo: dos meus prantos atuais, da saudades de quem partiu para sempre, dos novos amores, dos velhos, dos retornos. Das listas de enumeração de beleza, fico-não-fico, legalXchato. Da adolescência. Dos cortes nos pulsos. De contar que eu os repeti na ausência. De falar. De discutir do chavismo...ah como precisava disso agora. De passar trotes. De dormir na cia do Guli que come outros cães de pelúcia. De existir em todos os momentos, seguindo o bordão do pentelho do Bono: COEXIST.




De chorar sem porquê e com todos os porquês do mundo. De não acreditar em Deus, mas morrer de medo de uma aparição. De viver sem ter que obrigatoriamente ser. De viver sendo eu e de viver vendo alguém que não se identifica sendo alguém sem identificação. De ouvir. De ser realmente ouvida. De amar sem precedentes. De ser irmã de alguém com pais diferentes. De querer saber tudo; dos encontros nos departamentos de radiologia... De querer perdoar a ausência e entendê-la. De saber dessa presença mística. De ter orgulho e de orgulhar alguém. De poder viver na mais profunda agonia da vontade de estar perto. De passear pelo mundo. De sentir raiva de mim mesma por perder os telefones. De sentir raiva pelos emails nunca respondidos. De saber o que é ter alguém e ser de alguém para sempre. De saber que é possível amar sem conotação sexual, de casamento, ou de família biológica. De poder viver esperando a mais pura felicidade alheia.